Editorial

Crises e seus impactos

O assunto crises, no plural, vem cada vez mais ganhando as páginas de jornal. Nesta edição conjunta, o leitor se depara com desdobramentos de crises pontuais que atingem nossa cidade e, fora dos gabinetes e das salas de reuniões, levam problemas para dentro das casas. Mais uma vez, os recursos escassos do Município e dos hospitais, muito além de afetar seus gestores, que são quem aparece mais nessas horas, afetam o cidadão comum, aquele que precisa de um ônibus, de uma cirurgia, entre tantos outros.

Na segunda-feira, a Prefeitura pagou os salários, um respiro em uma das crises que a nossa equipe de repórteres vem cobrindo diariamente. Não parece ser, nem de perto, um capítulo final. Já na quinta-feira os Municipários farão manifestação em frente ao Paço Municipal para demonstrar a insatisfação com o atraso que durou uma semana. A Prefeitura, por sua vez, demonstra insatisfação com o Judiciário, que foi pouco claro ao ordenar o pagamento dos salários, sem, por exemplo, dizer de onde poderiam tirar recursos, ao contrário da última vez que isso aconteceu, em 2019. Colocou quem administra a cidade, em especial Paula Mascarenhas (PSDB), em uma sinuca de bico de responsabilidade fiscal. Cumpriu-se, com verbas de outros fundos que terão que ser repostos. Ou seja, outro problema ali na frente. Fora que em poucos dias vira o mês, mais uma folha vem aí e, com ela, o décimo terceiro.

Já na terça-feira, poucas definições na reunião entre políticos e representantes dos hospitais de Pelotas com a ministra Nísia Trindade. Espera-se que em algum momento dos próximos dias um gesto federal ou estadual salve Pelotas e a Zona Sul do fechamento de leitos e um potencial estrangulamento na gestão de saúde. Tudo isso impacta diretamente no cidadão comum, em pacientes como Gustavo Belo, citado na reportagem da página 8 por não conseguir há meses uma cirurgia.

De quebra, todas essas crises geram encolhimento em gastos e investimentos em outros setores. Na capa de hoje, buracos na rua. Volta e meia, mostra-se outras questões de infraestrutura em escolas, por exemplo. Ou seja, toda crise em um setor público, é um terremoto que vai abalando em maior ou menor grau o restante da sociedade como um todo.


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